Uma das palestrantes do Seminário, a mestre internacional de xadrez, a colombiana Adriana Salazar Varón afirmou que ensinar xadrez é repassar valores éticos e potencializar habilidades. Para a colombiana, o xadrez pode ser ensinado às crianças a partir dos três anos de idade. Ela abordou os temas "Modelo Pegagógico para Ensino de Xadrez" e "Fantasia do Xadrez". Salazar é autora do livro "Juega el Maestro y Ganan los Niños" (São sete livros, um para o professor e seis cartilhas para os alunos) e também proprietária de centros escolares de xadrez na Colômbia e Espanha.
Segundo a mestre internacional, o ensino de xadrez para crianças é um ótimo recurso para desenvolver habilidades mentais, "inculcar" valores e desenvolver habilidades. Pois este jogo vai trabalhar a atenção, a imaginação, a projeção, a recordação, o pensamento obtido, a percepção de mundo, o planejamento, o rigor mental, a análise sistemática e a matemática. Assim, a criança vai mais que aprender, ela vai apreender habilidades mentais, como tomar decisões no momento certo, ter um pensamento crítico acerca dos fatos, calcular (habilidade importante para o ensino da matemática). Também vai permitir que a criança visualize, modifique e reafirme o pensamento, ou seja, facilita a relação do enxadrista com o mundo abstrato.
Salazar ainda lembrou que com o xadrez, meninos e meninos aprendem a partir dos erros. Isso permite que a criança tenha um pensamento hipotético, ou seja, ela vai analisar o fato partindo de suposições e criando hipótese. A capacidade de memorização não foi esquecida por ela, bem como a de codificar e decodificar e o pensamento criativo.
Quando aos valores que este jogo estimula na vida de meninos e meninos, ela citou respeito, responsabilidade, acatar normas, cortesia, aprender a ganhar perder , humildade, perseverança, disciplina, tenacidade, auto-estima, paciência, autocontrole, tolerância, amistosidade e as relações entre pais e filhos.
Salazar demonstrou que exemplos que o xadrez pode trabalhar as seguintes áreas: recreativa, desportiva, intelectual, cultural, ética e emocional. A recreativa, a palestrante lembrou que trata-se de jogo e deve ser mostrado de forma lúdica, divertida e mágica, características que fazem parte da vida das crianças. A desportiva pode ser observada através da respeito ao adversário,da pontualidade, da auto-estima que permite que o enxadrista acredite em si. Ainda nesta área, o xadrez pode funcionar como uma terapia, uma vez que a pessoa pode descarregar estresse e energia acumulada através do jogo.
Na parte ética, ela lembrou todos os valores citados acima. Trata-se de um jogo que trabalha a aquisição e a consolidação de valores éticos. O intelectual, talvez os mais abordados por teóricos, o xadrez ajuda a criança a memorizar, a ter atenção e concentração, a calcular e sintetizar, habilidades importantes no ensino formal de qualquer jovem. O lado emocional não foi esquecido por Salazar, que lembrou que quem pratica esse jogo aprender a ter autonomia, autodisciplina, autocontrole, tenacidade e controlar melhor. No cultural, a colombiana lembrou diversos enxadristas famosos no mundo todo e nas mais diversas áreas, mostrando assim que ele têm uma relação grande com diversos expoentes da cultura mundial.
O seminário, que aconteceu nos dois primeiros dias do Festival Pan-americano, também contou com outras importantes palestras, como "A magia do conhecimento do xadrez", "Esquema para treinamentos de alto nível, influência do xadrez no cotidiano das crianças", "O xadrez escolar - da teoria e a prática", "Xadrez e Razão", "Influência do xadrez no cotidiano das","O xadrez como formador de valores", dentre outros.
O chefe da delegação brasileira de xadrez que participa do Pan-americano de Xadrez, Gilson Chrestani, participou do seminário, afirmou que "o xadrez é, de fato, uma ferramenta muito útil para o desenvolvimento da pessoa como cidadão e ser humano e que ao ensinar xadrez não devemos ter como meta imediatista criar futuros campeões".
FONTE: http://www.panamericano2004.theblog.com.br/xadrez.rtf
Por Consolação Resende (Colombia)